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Entrevista motivacional: por quê realizar?

  • Foto do escritor: Dr. Lucas Moura
    Dr. Lucas Moura
  • 19 de ago. de 2024
  • 3 min de leitura

Olá, Dr Lucas aqui. Você já ouviu falar da entrevista motivacional? Esta ferramenta, bastante utilizada em casos de dependência química, deve ser aplicada sempre.


Mas…


Entrevista Motivacional: por quê realizar?


Dependência química
Entrevista motivacional: por quê realizar?

O que é?


Técnica para ajudar pacientes a reconhecer hábitos prejudiciais e a fazer algo a respeito desses problemas, atuando em sua motivação.

É um instrumento com um modelo de mudança dinâmico, muito utilizado para ajudar pessoas com problemas com drogas, álcool e cigarro, podendo também ajudar com hábitos relacionados à alimentação, atividade física entre outros.


A intenção prática é dar subsídios para abordagem do médico de acordo com o estágio motivacional em que o paciente se encontra.


Quais são os princípios gerais da Entrevista Motivacional?


A entrevista motivacional visa fortalecer a motivação da pessoa em mudar e o comprometimento pela mudança. Pode ser realizada em várias consultas ao longo do tempo, em um acompanhamento colaborativo e que estimula a autonomia do paciente.

É especialmente indicada para pessoas que não reconhecem que precisam mudar algum tipo de comportamento prejudicial ou que estão tendo dificuldades em fazê-lo. É uma abordagem centrada nas necessidades da pessoa que constrói alternativas para fortalecer a motivação de maneira natural e espontânea. Segue cinco princípios:


Expressar empatia: Demonstrar atitude de aceitação, sem confundir com a de aprovação. Busca pela compreensão dos sentimentos do paciente, sem julgamentos ou críticas.


Desenvolver discrepância: Deixar claro para o paciente a discrepância entre seu comportamento e as metas que deseja atingir.


Evitar a confrontação: Colocar os argumentos de maneira a convidar o paciente à reflexão, evitando o confronto, que acaba por produzir resistência à intervenção.


Lidar com a resistência do sujeito: Entender que é normal a resistência do paciente à mudança, e que é dele a decisão de mudar. Focar na identificação do estágio motivacional e traçar as condutas de acordo com ele.


Fortalecer a autoeficácia do sujeito: Valorizar os sucessos atingidos pelo paciente e dar confiança a ele de que ele pode e deve conseguir mudar.


Estágios motivacionais


O primeiro passo é identificar em qual estágio motivacional o paciente se encontra com relação à mudança de comportamento desejada. A partir dessa identificação, baseia-se, então, a intervenção.


  1. Pré-contemplação: O paciente não identifica que está com um problema.

  2. Contemplação: O paciente identifica que está com um problema, mas não deseja mudar agora.

  3. Preparação: O paciente pensa em mudar e planeja.

  4. Ação: O paciente está motivado a efetuar a mudança.

  5. Manutenção.


Como abordar em cada estágio


  • Pré-contemplação: Fase em que se não identifica o problema:

  • Fornecer informações sobre o risco associado ao comportamento;

  • Avaliar nível de adição quando for o caso (ex.: Questionário CAGE);

  • Manter e fortalecer o vínculo.


  • Contemplação: Fase em que não se deseja mudança:

  • O paciente consegue perceber vantagens e desvantagens relacionados ao comportamento;

  • Fornecer informações sobre o risco associado ao comportamento;

  • Orientar sobre estratégias para diminuir ou interromper comportamento;

  • Estimular o paciente a falar sobre as vantagens e desvantagens de manter o comportamento, focando nas desvantagens para construção de estratégias para a mudança;

  • Manter e fortalecer o vínculo.


  • Preparação: Fase em que se pensa e planeja a mudança:

  • Desenvolver, em conjunto com o paciente, um plano para a mudança;

  • Criar estratégias para enfrentamento das situações que aumentam o risco de se retornar ao comportamento.


  • Ação: Fase em que se está motivado a mudar:

  • Colocação em prática do que foi planejado;

  • Importância do vínculo: Apoio ao paciente em suas dúvidas sobre se obterá sucesso;

  • Convidar a família para fazer parte do processo, principalmente em caso de álcool e drogas;

  • Considerar utilizar medicamentos para apoio;

  • Valorizar pequenos sucessos e metas atingidas.


  • Manutenção:

  • Tentar manter motivação para evitar recaídas;

  • Encorajar paciente a manter mudanças;

  • Valorizar o sucesso da mudança;

  • Encaminhar para grupos de apoio ou outros grupos como igrejas, etc.;

  • Reavaliar medicação;

  • Reavaliar estratégias de modo a prevenir recaídas;


  • Apoio em recaídas:

    • São normais nos processos de mudança de comportamentos;

    • Não julgar;

    • Com a recaída, geralmente o paciente retorna a um dos estágios motivacionais anteriores. Reavaliar com o paciente e reformular a abordagem.


Então, aqui falamos sobre a entrevista motivacional, siga o blog, acompanhe a newsletter e se inscreva. Daremos continuidade ao tema quando falaremos sobre Intervenção Breve.

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