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Como avaliar o grau de dependência química no paciente com transtorno relacionado ao uso de álcool?

  • Foto do escritor: Dr. Lucas Moura
    Dr. Lucas Moura
  • 19 de ago. de 2024
  • 3 min de leitura

Olá, Dr Lucas aqui! Vamos continuar conversando sobre dependência química, desta vez, com enfoque especial para o transtorno relacionado ao uso de álcool.


Dependência química
Como avaliar o grau de dependência química no paciente com transtorno relacionado ao uso de álcool?

Primeiro, vamos definir:


Conjunto de sintomas comportamentais e físicos, que podem incluir abstinência, tolerância e fissura. O uso não saudável do álcool abrange desde o consumo que põe a saúde do paciente sob risco quanto a problemas comportamentais.


Como avaliar o grau de dependência química no paciente com transtorno relacionado ao uso de álcool?

Existem diversas escalas de auxílio ao diagnóstico, entre as quais, destaco duas: CAGE e AUDIT.


O questionário CAGE


Conposto por 4 perguntas, cujo acrônimo deriva de perguntas em inglês, adaptadas ao português brasileiro:


Cut Down: "sente necessidade de parar de ingerir bebida alcoólica?";


Annoyed: "sente-se incomodado com críticas dos outros aos hábitos de bebida?";


Guilty: "sente-se mal ou culpado quando bebe?";


Eye-opener: "bebe de manhã para melhorar a ressaca ou ficar mais calmo?"


- duas respostas afirmativas = indicação positiva para dependência de álcool.


A Escala AUDIT


Trata-se de uma ferramenta mais completa em relação ao questionário CAGE, mas é proporcionalmente mais complexa, com cerca de dez perguntas:



  • 1. Com que frequência consome bebidas que contêm álcool?

  • 0 = nunca;

  • 1 = 1x/mês ou menos;

  • 2 = 2-4x/mês;

  • 3 = 2-3x/semana;

  • 4 = 4x/semana ou mais.


  • 2. Quando bebe, quantas bebidas contendo álcool consome em um dia normal?

  • 0 = uma ou duas;

  • 1 = três ou quatro;

  • 2 = cinco ou seis;

  • 3 = sete a nove;

  • 4 = dez ou mais.


  • 3. Com que frequência consome seis bebidas ou mais em uma ocasião?

  • 0 = nunca;

  • 1 = menos de 1x/mês;

  • 2 = pelo menos 1x/mês;

  • 3 = pelo menos 1x/semana;

  • 4 = diariamente ou quase diariamente.


  • 4. Nos últimos 12 meses, com que frequência notou que não conseguia parar de beber depois de começar?

  • 0 = nunca;

  • 1 = menos de 1x/mês;

  • 2 = pelo menos 1x/mês;

  • 3 = pelo menos 1x/semana;

  • 4 = diariamente ou quase diariamente.


  • 5. Nos últimos 12 meses, com que frequência não conseguiu cumprir as tarefas que habitualmente lhe exigem, por ter bebido?

  • 0 = nunca;

  • 1 = menos de 1x/mês;

  • 2 = pelo menos 1x/mês;

  • 3 = pelo menos 1x/semana;

  • 4 = diariamente ou quase diariamente.


  • 6. Nos últimos 12 meses, quantas vezes precisou beber de manhã para "curar" uma ressaca?

  • 0 = nunca;

  • 1 = menos de 1x/mês;

  • 2 = pelo menos 1x/mês;

  • 3 = pelo menos 1x/semana;

  • 4 = diariamente ou quase diariamente.


  • 7. Nos últimos 12 meses, com que frequência teve sentimentos de culpa ou remorso por ter bebido?

  • 0 = nunca;

  • 1 = menos de 1x/mês;

  • 2 = pelo menos 1x/mês;

  • 3 = pelo menos 1x/semana;

  • 4 = diariamente ou quase diariamente.


  • 8. Nos últimos 12 meses, com que frequência não se lembrou o que aconteceu na noite anterior por ter bebido?

  • 0 = nunca;

  • 1 = menos de 1x/mês;

  • 2 = pelo menos 1x/mês;

  • 3 = pelo menos 1x/semana;

  • 4 = diariamente ou quase diariamente.


  • 9. Alguma vez ficou ferido ou alguém ficou ferido por você ter bebido?

  • 0 = não;

  • 1 = sim, mas não nos últimos 12 meses;

  • 2 = sim, aconteceu nos últimos 12 meses.


  • 10. Alguma vez um familiar, amigo, médico ou profissional de saúde manifestou preocupação pelo seu consumo de álcool ou sugeriu que deixasse de beber?

  • 0 = não;

  • 1 = sim, mas não nos últimos 12 meses;

  • 2 = sim, aconteceu nos últimos 12 meses.


Pontuação do AUDIT e conduta:

  • 0-7: consumo de baixo risco. Realizar educação sobre o álcool;

  • 8-15: consumo de risco. Realizar atividades educativas direcionadas;

  • 16-19: uso nocivo. Realizar intervenção breve e monitoramento continuado;

  • 20 ou mais: possível dependência. Encaminhar para especialista e manter acompanhamento na unidade.


Após esta introdução, acompanhe nosso blog para ficar por dentro das novidades e aprender mais sobre dependência química.


Comente suas experiências e dúvidas.


Obrigado!



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